Montagem marca o reencontro das atrizes com o autor
e diretor Fauzi Arap, antes de seu falecimento, em dezembro de 2013. Texto que trata
da vida urbana com delicadeza, poesia e humor foi consagrado com o prêmio APCA
de Melhor Autor (2007). Em cartaz no Palácio das Artes, dias 5 e 6 de abril
O projeto Teatro em Movimento traz à capital mineira o elogiado pela
crítica e premiado espetáculo, “Chorinho”. A peça celebra o reencontro das
atrizes Denise Fraga e Cláudia Mello com o autor e diretor Fauzi Arap. Denise
foi dirigida por Fauzi em “A Quarta Estação” (1995). Cláudia Melo foi dirigida
por ele em “Adorável Desgraçada” (1993). Denise e Cláudia dividiram o palco e o
camarim em “A Alma Boa de Setsuan” (2008-2010) e não paravam de falar em Fauzi.
O desejo de estarem juntos se concretizou no final de 2012, e o espetáculo já
passou por diversas cidades brasileiras, chegando para curta temporada no Palácio
das Artes, em Belo Horizonte, dias 5 e 6 de abril, sábado e domingo. Além
de autor, Fauzi Arap dividiu a direção com Marcos Loureiro (“Hotel Lancaster”, “Delicadeza”,
“La Musica”).
O Teatro em Movimento é viabilizado com recursos da
Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o patrocínio do Instituto Unimed-BH, que
aporta recursos incentivados de pessoas físicas no
projeto há seis anos, e, recentemente do Itaú. “As
parcerias do Instituto Unimed-BH e do Itaú vieram em um
momento importantíssimo. Com esse crescimento no nosso budget pretendemos incrementar e deixar mais especial a nossa
programação”, diz Tatyana Rubim, idealizadora do Teatro em Movimento.
“Chorinho”
Em uma praça de uma grande cidade, duas vidas se entrelaçam graças aos encontros
e conversas de uma solteirona aposentada (Cláudia Mello) com uma estranha
moradora de rua (Denise Fraga). De um lado estão preconceitos e solidão; de
outro, lucidez, loucura – e mais solidão.
Com diálogos regados de humor e emoção, a peça narra, em sete momentos,
a construção da inusitada amizade entre estas mulheres aparentemente tão
diferentes. Uma mora na praça por opção, não aguenta as leis sociais e a
hipocrisia do mundo. A outra é uma senhora solitária que frequenta o lugar,
cuida das plantas e tenta preencher o vazio dos dias com aulas de inglês e
programas de televisão.
Um dia é surpreendida:
- Por
que a senhora faz isso?
- Isso o quê?
- Isso o quê?
- Isso
de ficar fingindo que eu não existo.
A partir da insistência da mendiga, as duas vão se encontrando dia após
dia na praça e através do que dizem, permitem que o espectador vá desenhando
suas histórias, pensamentos, medos e solidões. Em diálogos simples e cheios de
humor, Fauzi coloca em cena uma profunda e poética filosofia urbana.
Sobre a montagem, Denise Fraga
diz: “É impressionante o poder da palavra no
teatro. Fauzi é um mestre e confiou nisso como ninguém. Um banco de
praça, duas atrizes e muito a dizer. Uma para outra e para quem as
ouve. O que mais me encanta no texto é ver seu poder de fisgar o
espectador pelo humor e simplicidade, dando clareza a questões filosóficas por
vezes muito complexas. Nas sessões que fizemos viajando pelo Brasil, me
emocionava ver a reação da plateia ao verbo puro e simples. A peça é um
embate verbal cheio de sabedoria, humor e poesia. E encanta por
isso. Fazer uma personagem tão diferente de você, mas que diz coisas que
você gostaria de dizer é muito bom. E é uma delícia estar neste jogo com
minha querida Cláudia Mello, atriz extraordinária. Tivemos o privilégio
da batuta de Fauzi Arap, que saiu de sua toca e, ao lado de Marcos Loureiro,
veio nos dirigir. Isto é um tesouro muito precioso. É colher
pérolas para serem usadas não só neste trabalho, mas a cada nova empreitada que
nosso maravilhoso ofício nos oferecer”.
Tatyana Rubim comenta que o trabalho de Denise Fraga e Claudia Mello
sempre a encantaram. “em cena, o que vemos é sempre algo cheio de delicadeza,
que só a técnica e o talento delas permitem. E,
ver isso acontecer com o texto do Fauzi, só pode resultar em puro
encantamento”.
TURNÊ
“Chorinho” estreou em 2012, em Florianópolis. Neste período foi
apresentado em Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba, com uma sessão em cada
cidade, em sessões fechadas. Depois, o espetáculo fez temporada em São Paulo e
passou por Brasília, Salvador, Extrema, Ilha Comprida, São Bernardo do Campo,
Campinas, Jundiaí e Salto.
CRÍTICA
(...) o texto
é partitura para atrizes especiais. Denise Fraga tem o dom de transitar da
comédia ao trágico. Nela, o riso é a camada mais visível do talento chapliniano
capaz de traduzir o que há de assustado e ofendido no ser humano. Em grande
parceria, Claudia Mello oferece vasta emoção interior brilhando no olhar e
surpreende sempre com o gesto certeiro que eleva o texto. Temperamentos e
ritmos diferentes e complementares no humor mesclado de seriedade. Ao fim,
quando se abraçam num gesto de mutua aceitação, entendemos que uma dor assim
pungente não há de ser inutilmente. O poeta Fauzi acertou. (...) Jefferson Del Rios- Jornal O Estado de S.
Paulo
CURRÍCULOS
Denise Fraga é atriz, autora de dois
livros e produtora de teatro e cinema. Entre os espetáculos teatrais em que
atuou, destacam-se “Sem Pensar”, “A Alma Boa de Setsuan”, “A Quarta Estação” e
“Trair e Coçar é só Começar”. Na televisão, desenvolveu diversos programas para
o Fantástico na TV Globo, entre eles quadro “Retrato Falado”, no ar por 8 anos,
além de atuar em novelas, humorísticos e minisséries. Em 2013, gravou “A Mulher
do Prefeito”, interpretando Aurora, pela TV Globo. No cinema, participou dos
filmes “Por Trás do Pano”, “Cristina Quer Casar”, “As Melhores Coisas do Mundo”
e “Hoje”. Em todas as linguagens, conquistou importantes prêmios nacionais e
internacionais, como Grande Prêmio Brasil, Festival de Cinema de Gramado, Prêmio
APCA, Festival Internacional de Cinema Latino Americano de Havana e o Kandango
no Festival de Cinema de Brasília. Junto com Claudia Mello gravou a série “3
Teresas” pela GNT, em 2013, e preparam-se para gravar a segunda temporada, em
2014.
Cláudia Mello é comediante e atriz
consagrada do teatro brasileiro. No teatro, participou de montagens de textos
de vários autores da dramaturgia mundial, como Berthold Brecht, Willian
Shakespeare e Anthony Burguess. Atuou sob a direção de Antunes Filho, quando fez
sua estreia no teatro, Antônio Abujamra, Fauzi Arap e Ulisses Cruz. Alguns
espetáculos que participou e teve seu trabalho premiado: “A Alma Boa de
Setsuan”, “Adorável Desgraçada” - Prêmio APCA, “As Margens do ipiranga” -
Prêmio Shell e Prêmio Lei Sarney, “O Pelicano” - Prêmio APCT. Na televisão,
atuou em telenovelas como “A Vida da Gente”, “Passione”, “Éramos Seis” e
seriados como “A Diarista” e “Batendo Ponto”, ambos na TV Globo. Junto com
Denise fraga, gravou “3 Teresas”, pela GNT, em 2013 e prepara-se para gravar a
segunda temporada.
Fauzi Arap - diretor, autor e ator. Faleceu
em dezembro de 2013, sendo “Chorinho” seu trabalho mais recente como diretor
teatral. Sempre fora dos esquemas de produção tradicionais, Fauzi Arap imprime
em seus trabalhos como diretor e autor uma expressão original. Começa como ator
no fim dos anos 1950, no Teatro Oficina, e participa da primeira montagem
profissional do grupo em 1961, “A Vida Impressa em Dólar”, de Clifford Odetts,
direção de José Celso Martinez Corrêa, quando recebe os prêmios Saci e
Governador do Estado de melhor ator coadjuvante. Afirma-se como ator tanto em
montagens do Oficina como do Teatro de Arena.
A primeira
direção se dá em 1965, com “Perto do Coração Selvagem”, obra de Clarice
Lispector adaptada por ele. Aos 29 anos, abandona a carreira de ator para
dedicar-se à direção. Como diretor, lança importantes nomes da dramaturgia
nacional como Plínio Marcos, Antônio Bivar e José Vicente. Projeta
nacionalmente o nome de Maria Bethânia ao dirigi-la no show “Rosa dos Ventos”,
de 1971, valorizando a forte presença cênica da cantora. A carreira como autor
tem início com “Pano de Boca”, 1975. Recebe os prêmios Molière de melhor autor
e Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA, de melhor diretor por “O
Amor do Não”, 1977. Mais tarde, em 1983 leva o Mambembe de melhor autor em “Quase
84”, dirigido por Ivan de Albuquerque. No fim dos anos 1990, obtém êxitos na
direção de diferentes gêneros, como no drama poético “Santidade”, peça de José
Vicente censurada em 1968, e na comédia “Caixa 2”, de Juca de Oliveira, Prêmios
Shell de melhor direção por ambos os trabalhos. Fauzi Arap é tido como pioneiro
na direção de shows musicais no Brasil e também, reconhecidamente, um dos
melhores diretores de ator do país. Sua autobiografia, “Mare Nostrum - Sonhos,
Viagens e Outros Caminhos”, 1998, revela a trajetória de um homem que busca na
vida e no teatro uma existência integral.
FICHA TÉCNICA
Texto: FAUZI ARAP / Direção: MARCOS LOUREIRO e FAUZI ARAP /
Elenco: DENISE FRAGA e CLÁUDIA MELLO / Iluminação: MARCOS LOUREIRO / Trilha
Sonora: ALINE MEYER / Figurinos: CÁSSIO BRASIL / Visagismo: SIMONE BATATA /
Fotos: JOÃO CALDAS / Operador de luz: LUCAS SANTOS / Operador de som: CARLOS
HENRIQUE / Camareira: CRISTIANE FERREIRA / Direção de Produção: JOSÉ MARIA /
Realização: NIA TEATRO / Produção em Belo Horizonte: RUBIM PRODUÇÕES /
Realização em Belo Horizonte: TEATRO EM MOVIMENTO -
viabilizado com recursos do Instituto Unimed-BH, por meio do patrocínio de
pessoas físicas, e Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
SERVIÇO
“Chorinho”, com Denise Fraga e Cláudia
Mello
Dias: 5 e 6 de
abril, sábado às 20h e domingo às 19h
Local: Grande
Teatro do Palácio das Artes - Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro
Ingressos: Plateia I – R$ 70,00 /
Plateia II – R$ 60,00 / Balcão – R$ 50,00 - Valor promocional limitado a 20% da
capacidade da casa. Meia entrada válida para maiores de 60 anos e para
estudantes devidamente identificados (conforme MP 2208/2001)
Informações: :
3236-7400 - www.teatroemmovimento.com.br
Informações para a imprensa:
Jozane
Faleiro - (31) 3261.1501 / 92046367 – jozane@ab.inf.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário